Especial: Carnaval Joaçaba - Saiba tudo sobre a Unidos do Herval (Ouça o Samba Enredo!)
- Minha Água Doce
- 3 de fev. de 2016
- 3 min de leitura
O desfile de escolas de samba de Joaçaba e Herval, a exemplo de 2015, acontecerá em duas noites competitivas, sendo neste sábado (06), a partir das 21h; Acadêmicos do Grande Vale e Vale Samba. No domingo (07), a partir das 21h, Unidos do Herval e Aliança. O desfile comemora os 20 anos de existência da LIESJHO e promete ser o mais competitivo dos últimos anos na busca pelo título, o que para o público, é sinônimo de muita beleza, criatividade e espetáculo na avenida XV de Novembro. UNIDOS DO HERVAL (Ouça aqui e baixe grátis o Samba Enredo 2016!)

Coordenada pelo carnavalesco Zezzo Henzze, que está há 8 anos trabalhando na escola, a Unidos do Herval homenasgeia o vento. São 16 alas, cinco carros alegóricos e uma mini alegoria acompanhando a comissão de frente, além de 1200 componentes, com muito samba no pé, a fim de tornar a escola campeã do carnaval.
Em doce vento suave, embalante, aconchegante, Zéfiro levou Psiquê adormecida, apaixonada por Eros, o Deus do Amor, a ele entregue, subjugada. Em requintado palácio dourado, pelo vento foi deixada, a Menina-Borboleta, uma tão suave flor. Zéfiro foi condutor da união que se formou da Alma com o Amor, o mais sublime elemento, o mais puro sentimento que a natureza criou. O vento ventou na história e gravou na memória momentos e descobrimentos que a humanidade viveu. Impulsionou caravelas, inflou velas no mar, empurrou naus perdidas daqui pra ali, de lá pra cá. O vento virou elemento, virou rocha, virou monumento, virou rosa, virou vento, virou rosa dos ventos, apontando caminhos e direções, acompanhando constelações, empurrando navios pelos mares sem fim, levando a novas paragens, novos mundos enfim. E o nobre cavaleiro andante por natureza, sem teto ou paradeiro, da triste figura conhecido, combatente combalido, defendendo a “beleza” da senhora Dulcinéia, de duvidosa nobreza. Contra moinhos de vento, gigantes indomados, arremeteu seu corcel Rocinante, tão magro e despelado. Dom Quixote foi pelo vento vencido, e em delírios imaginava gigantes ter combatido. Frestão, o mago ladino, mais uma vez sorrateiro, ludibriou a já confusa mente de tão nobre cavaleiro. Vento que balança o bambuzal, vento que canta que assobia, que ajunta, que espalha, brincando a revelia. Ventando de um lado pro outro, em permanente bailar, é Oyá, é Iansã, senhora do relampiar. Chega fazendo arruaça, jogando tudo no ar; no ar que é vento, o movimento de seu divino dançar, virando de ponta a cabeça ou de cabeça à ponta, gemendo, sussurrando, gritando, ventando ela desponta. De lado, quase meio sem querer, de dentro do bambuzal pulou o Saci Pererê, esperto menino negrinho, com cachimbo e carapuça, surgiu num redemoinho, já de sorriso na fuça, peralta e matreiro, exigindo dos viajantes fogo pro seu candeeiro. Do pulo do Saci para as telas do cinema, uma poesia, um poema o vento também deixou... Cadê a mocinha Scarlett de “E O Vento Levou”? Sobre desolada Tara, a valente heroína chorou. E nas terras tupiniquins, uma grande produção – O Tempo E O Vento –, a saga do povo gaúcho em formação. O tempo marcado pelo vento que venta pelos pampas do sul, contou a trajetória de lutas e de glórias do Capitão Rodrigo, em campos verdes e céu azul. Venta no cata-vento, amarelo, vermelho, branco ou anil, lúdica brincadeira, tão doce, tão infantil. Empina a pipa, solta o balão, tem criança descalça, brincando com o pé no chão. Correndo de um lado pro outro, cabelos em desalinho, fazendo surgir do nada bagunçado redemoinho. Entre risos e gargalhadas, ´arteando´ solto ao léu, pula gritando feliz...”Viva, viva, ventou, a pipa já ‘tá’ no céu!” E no alto da montanha, no campo, na pradaria, usando a força do vento, em constante movimento vejo o grande cata-vento, produzindo energia. Puro e não poluente, agrada a Mãe Natureza, Senhora do Meio Ambiente, que sorri agradecida, e presenteia a avenida com majestoso desfile, transformada em águia guerreira, da Unidos sempre altaneira, sambista, brincante, cantando esfuziante, com garra e emoção: “A UNIDOS É O VENTO QUE LEVANTA A POEIRA DO CHÃO!”
A história da Unidos do Herval começou a ser escrita nos anos 50, em Herval d’ Oeste. A iniciativa partiu de um grupo de casais, que se reuniu para desfilar nas ruas e clubes. A parceria durou até meados dos anos 70. Em 1979 o grupo voltou às atividades, e em 1981 a escola de samba foi fundada oficialmente. A agremiação chama a atenção pelo colorido e criatividade de suas alas e alegorias, e pela evolução que apresenta a cada ano na avenida. A Unidos encanta com garra, samba no pé e alegria.







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